A sexta-feira (10/10) foi marcada por forte aversão ao risco nos mercados, culminando com uma disparada do dólar e uma queda acentuada do Ibovespa. O cenário de incertezas foi intensificado por declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que reacenderam as tensões comerciais com a China, somadas ao persistente temor fiscal no Brasil.
Dólar em Trajetória de Alta
A moeda norte-americana intensificou sua alta ao longo do dia, impulsionada pela busca por segurança pelos investidores em meio à escalada geopolítica.
- Disparada: Às 15h39, o dólar operava em alta de 2,29%, cotado a R$ 5,499.
- Pico: A cotação máxima do dia atingiu R$ 5,518.
- Véspera: O fechamento da sessão anterior foi de R$ 5,375, em alta de 0,58%.
Com o resultado, o dólar acumula um ganho de 0,99% no mês de outubro, embora mantenha uma queda de 13,02% frente ao real no acumulado de 2025.
Ibovespa Recua em Meio ao Ceticismo
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), que havia aberto em território positivo, inverteu a tendência e passou a cair com força.
- Queda: Às 15h46, o índice recuava 0,66%, negociado a 140,7 mil pontos.
- Dia Anterior: Na quinta-feira, o Ibovespa havia fechado em queda de 0,31%, aos 141,7 mil pontos.
No mês de outubro, a Bolsa brasileira acumula uma queda de 3,1%, apesar de ainda ostentar uma alta de 17,81% no ano de 2025.
Ameaça de Trump à China Agita os Mercados
O principal catalisador do pessimismo global foi o ressurgimento da retórica protecionista de Donald Trump. O líder norte-americano declarou que a Casa Branca está avaliando a imposição de “tarifas massivas” contra a China. Além disso, Trump expressou não ver “razão” para se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, esfriando as especulações de um possível encontro que vinham sendo ventiladas nas últimas semanas.
A tensão comercial foi agravada por uma medida de Pequim na quinta-feira (9/10), quando o governo chinês reforçou o controle de exportação de terras raras e tecnologias relacionadas. A China alega que a medida visa limitar as exportações para empresas estrangeiras de defesa e usuários de semicondutores. As novas regras exigirão aprovação chinesa para a exportação de ímãs contendo materiais de terras raras de origem chinesa ou produzidos com tecnologia desenvolvida no país.
A combinação do acirramento da disputa entre as duas maiores economias do mundo com o contínuo temor fiscal doméstico criou um ambiente de insegurança que levou os investidores a se desfazerem de ativos de risco, como ações, e buscarem refúgio na moeda americana, resultando na forte valorização do dólar e na queda da Bolsa brasileira.
